Fernando Pessoa (1888-1935) nasceu e morreu em Lisboa. Com cinco anos de idade foi viver para a África do Sul, onde fez os estudos primários e secundários. Em Dezembro de 1903 prestou provas de admissão à Universidade do Cabo, obtendo o Prémio Rainha Vitória. Foi a primeira vez que este prémio, destinado a reconhecer trabalhos de redacção, foi atribuído a um cidadão não britânico. Fernando Pessoa nunca chegou a frequentar a Universidade do Cabo. Em 1905, regressou a Lisboa e matriculou-se no Curso Superior de Letras. Mas a frequência foi breve.
A partir de 1908, Pessoa trabalhou na redacção de correspondência para firmas comerciais, sobretudo em inglês.
Fernando Pessoa passou o resto da sua vida em Lisboa, num estranho e fecundo isolamento criativo. Recusou um convite para ensinar Língua e Literatura inglesas na Universidade de Coimbra e deixou, sem publicação, a quase totalidade da sua vasta obra.
Pessoa foi um homem só. Mas também foi um poeta capaz de inventar heterónimos que adquiriram uma vida tão real e uma identidade tão própria que chegaram a trocar correspondência com o seu próprio criador. São heterónimos, como Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis, que assinam algumas das obras a que o génio de Fernando Pessoa deu forma.
A sua produção literária, em português, iniciou-se em 1912. Dois anos depois, concebeu os seus heterónimos, que viriam a totalizar 17. Na sua obra incluem-se ensaios e textos filosóficos e uma obra poética em português e inglês que atinge dez volumes. Sobre Portugal, escreveu Pessoa em Mensagem: “A alma é divina e a obra é imperfeita. / Este padrão sinala aos ventos e aos céus / Que, da obra ousada, é minha a parte feita: / O por fazer é só com Deus. / E ao imenso e possível oceano / Ensinam estas Quinas, que aqui vês, / Que o mar com fim será grego ou romano: / O mar sem fim é português.”
O poeta Fernando Pessoa está sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
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Fernando Pessoa foi um lisboeta que se notabilizou, sobretudo, através da sua poesia, conhecida e estudada em todo o Mundo. É uma figura das letras portuguesas particularmente admirada e um dos nomes de quem os lisboetas mais se orgulham. A sua dimensão intelectual e o valor da sua obra fazem do autor de a “Mensagem”, acima de tudo, objecto de um enorme respeito. Muitas vezes, ao referirem-se-lhe, chamam-lhe apenas “o poeta”
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O poeta Fernando Pessoa foi um homem profundamente envolvido com a cidade, deambulando por locais que hoje são autênticos cultos ao seu nome e personalidade. Por esse motivo, visitar Lisboa é também conhecer a cidade do poeta Pessoa.
O percurso aqui proposto começa no Chiado, onde Fernando Pessoa, sentado à porta de “A Brasileira”, aguarda quem o queira acompanhar pela Lisboa da sua vida. O trajecto leva-nos pela Rua Garrett até à Baixa e à Praça do Comércio, com uma pausa no Café Martinho da Arcada, uma referência na cidade de Pessoa. A continuação do passeio leva-nos ao Rossio e ao Café Nicola, um dos cafés sobreviventes da Lisboa que o poeta conheceu.
A segunda parte do percurso inclui uma viagem de eléctrico até Campo de Ourique e termina numa visita à Casa Museu Fernando Pessoa.