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Arte Literária

 Este é um espaço aberto para leitura, publicação, divulgação e debate de Poesia, além da literatura e gramática como um todo .Sem fins lucrativos e sem vínculos comerciais, nascido da idéia de um simples mortal graduado, chamado Paulo Rodrigues, com o propósito de aguçar e sensibilizar o senso emotivo de qualquer interessado. Seu principal objetivo é oferecer aos visitantes um amplo espectro de obras de poetas e poetisas contemporâneos de Língua Portuguesa. O espaço, porém, oferece muitos outros recursos, entre eles: conhecimento histórico de alguns autores, dicas gramaticais, estudo de poesias e colunas semanais de estudiosos que irão agragar em nossa paixão pela arte lusofônica. Está programada também, para breve, a implantação de um fórum de discussões.

 Veja abaixo algumas poesias que encantam nossa mente: (A cada semana teremos novas e surpreendentes poesias).

Insônia

Líria Porto

a boca escancarada da noite
os urros do silêncio
as teclas mudas

não tilintam os cristais
não estilhaçam a vidraça
os amantes não sussurram
não há sinos de igreja
o mundo acabou
o relógio dorme
o tempo não passa

onde estão os latidos
os galos os gritos
os olhos do sol?

na cama imensa
o corpo exausto
o vazio da tua ausência
e os mil anos dessa noite
que me engole
que me vomita

Luar de caminha

José Luis Ferreira

   

Mar ao longe  a terra nua

sós no espaço dois mil sóis

em manadas     pastando o Tempo

 

... e um luar       de lua

um carro            sem bois

vazio ao fundo de uma quinta

sinfonia

duas mãodadas

 

Era meu          o corpo           a alma tua

fomos amantes          só         um  os dois

um momento enorme           dois nadas

Sonho Solar

Cláudio Aguiar

 
A  Miguel Elías Sánchez Sánchez

 

Eu não conheço o sol,
clarão que humilha e me faz manso.
Só o conheço na sombra
que também mata e inocenta.

No lago interior, alma afogada,
afundei a matéria abismal do choro,
facho imenso entre o dia e a noite.
Oh, escuridão eterna,
quando serei raio
partindo do útero da terra?

Eu não conheço a luz temporal
que anda por sendeiros,
buscando as pisadas das estrelas,
gerando um som que me emudece.

Ainda que o meu tamanho se agigante,
não vejo nada além do infinito.
Talvez me ensine mais o sonho
que me alimenta e logo me destrói:
rotor preciso da imensidão,
refrão nefasto da pequenez humana.


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